sexta-feira, 28 de março de 2008

A MARAVILHA DA CRIAÇÃO DE ISRAEL NA ONU.
Por Marx Golgher.

Papel histórico do Brasileiro OSWALDO ARANHA no cumprimento da Profecia de Amós – 9:10 a 15 em nossos tempos. Durante o reinado do Rei Uziá da Judéia e do Rei Yeroboam II da outra parte de Israel (há cerca de 2.600 anos), viveu o Profeta Amos. Era descendente da tribo de Asher, e originário da cidade de Tekoa. Amós foi um discípulo do Profeta Hosea, em sua juventude ele não foi educado junto com os outros profetas; trabalhava como pastor, cuidando dos seus rebanhos no vale de Asher. Porém mais tarde foi chamado pelo Eterno para divulgar suas profecias.Ele admoestava constantemente o povo e os advertia a não abandonarem as leis da Torá. Amós previu o julgamento Divino sobre os povos ao redor das fronteiras da Terra de Israel: os sírios a leste, os filisteus - ou palestinos- a oeste, os fenícios ao norte e Edom, Amon e Moab ao sul, que pelas suas práticas bárbaras e por infligirem sofrimento ao povo judeu, todos seriam amaldiçoados.
Amós não hesitou em censurar seu próprio povo nos termos mais enfáticos. Previu a guerra, a derrota, a destruição e grande sofrimento para seu povo por causa da sua falha em levar uma verdadeira vida de Torá. Previa ocupação, destruição, na terra dos judeus. No entanto, suas últimas profecias descreveram os esplêndidos e gloriosos dias de restauração do Estado de seu povo.À primeira vista, a reinauguração da Rehovot (rua em hebraico) OSWALDO ARANHA na maior cidade de Israel Tel Aviv por ocasião da realização do I Festival Gospel em Jerusalém realizado pela Comunidade Brasil Israel, entidade dirigida pela Reverenda Jane Silva já poderia ser apresentada como um grandioso gesto de reconhecimento do Estado judeu ao papel assumido por este estadista brasileiro como mentor da resolução 181 da Assembléia Geral da ONU de 29.11.1947 que cassou o mandato britânico na Palestina, partilhando-a entre seus habitantes árabes e judeus, segundo o direito de autodeterminação dos povos. Mas para os brasileiros que têm nos valores e princípios humanos emanados da Sagrada Escritura de judeus e cristãos a Resolução da Partilha da Palestina,181 da ONU há um significado ainda mais profundo e extraordinário. De fato, a história do povo judeu de mais de 3.500 anos, cheios de glórias, mas também repleto de pesado ônus pelo honroso, mas pesado fardo de ter sido escolhido o povo eleito pelo Eterno para manter viva entre os povos a luz da Bíblia, tem no ano 135 da Era Cristã o marco de mais uma de suas maiores tragédias nacionais, a derrocada da última das revoltas contra o império romano, liderada por Bar Khoba. Dezenas de milhares de hebreus foram mortos, outro tanto foram vendidos como escravos, triste epílogo da última luta do povo judeu por sua liberdade.Sufocados os rebeldes o imperador Adriano iniciou uma campanha de extinção dos judeus, da Judéia, e de tudo o que ela representava. Emitiu decreto em que proibia aos israelitas a observar o que lhes era mais sagrado, observar os preceitos da Bíblia, observar o sábado, o ensino da Tora. O terror foi implantado para investigar os judeus que praticavam secretamente a sua religião, matando-os cruel e sistematicamente, como o rabino Akiba que torturado até a morte exalou o último suspiro exclamando, a desafiar a idolatria romana: “Deus é único”. A par, a cidade sagrada de Jerusalém foi transformada numa cidade pagã, recebendo o nome de “Elia-Capitolina” em honra ao imperador Elia-Adriano e de um dos seus deuses:- Júpiter Capitolino”. . O lugar do sepulcro de Cristo foi erigido um templo de Vênus. Foi vedada a entrada de hebreus, sob pena de morte. Centenas de milhares dos vencidos foram obrigados ao exílio pelo mundo, gerando a situação da Diáspora- a dispersão dos judeus, imaginando Roma que ocorreria aos judeus o seu total desaparecimento do mundo, tal qual ocorrera com todos os povos que perderam o seu torrão natal. Intentava, pois, a brutal repressão romana o império romano liquidar de vez da terra o povo judeu, e tudo o que ele representava para a humanidade, principalmente como o protagonista da história da Bíblia. Pois bem, o todo poderoso império romano enganou-se redondamente. Roma desapareceu para sempre na história, mas os judeus e sua Bíblia persistiram séculos afora, resistindo aos mais brutais perseguições, como os massacres das cruzadas, a Inquisição, culminando com o Holocausto, a matança em massa de seis milhões de judeus, dos quais, 1,5 crianças, genocídio perpetrado na Europa Ocupada na II Guerra Mundial (1939-1945) pelo regime nazista de Adolf Hitler, cujo principal objetivo era o de eliminar de vez da terra o povo judeu.Derrotado o diabólico regime nazista, os judeus da Palestina a partir do término da II Guerra passaram a lutar pelo renascimento do Estado nacional, se rebelando contra o império britânico que dominava a região desde 1918. Tal rebelião viria a sofrer uma brutal repressão por parte dos ingleses:- mobilizaram 100 mil soldados para liquidar o movimento de libertação de 650 mil habitantes judeus. Estabeleceram estado sítio, enforcaram rebeldes, mas os israelitas resistiram, indo a “questão palestina” parar na ONU. O governo britânico queria mais poderes para sufocar a rebelião judaica na Terra Santa. Aqui, começou, então, uma série inolvidável de maravilhas: mas a ONU ao invés de acolher o pedido britânico, como todos esperavam que iria ocorrer, foi inspirada a criar uma comissão especial para a Palestina (UNSCOP em inglês) para apurar a situação da região e propor a solução. A comissão investigou, e concluiu para o desencanto do império britânico, que a Terra Santa deveria ser libertada, sendo criado em seu lugar os Estados nacionais dos judeus e dos palestinos. Por isso esta proposta tomou o nome de “Partilha da Palestina”.
Embora insatisfeita, os ocupantes britânicos nutriam a confiança de que jamais tal proposta poderia ser aprovada na ONU por que seria necessária a proposta da UNSCOP ser aprovada pela Assembléia Geral da ONU por maioria de 2/3, praticamente impossível de ser alcançada, por que exigiria os votos favoráveis do bloco dos Estados Unidos e da União Soviética, então engalfinhados na chamada Guerra Fria, um repelindo, combatendo o outro em tudo. Jamais tinham votado do mesmo lado em decisões da Assembléia. Além disso, o mundo árabe e o mundo islâmico repudiaram violentamente a Partilha, prometendo invadir militarmente a Terra Santa para impedir a criação do Estado judeu, a ameaçar uma matança de judeus que “faria inveja aos massacres mongóis”, “joga-los ao mar”, etc. Se satisfeitos com a proposta da Partilha, os israelitas temiam que ela não fosse aprovada na Assembléia. Receio tinha fundamento. Não apenas seria inviável colocar juntos os Estados Unidos e União Soviética, como o candidato mais forte para ser o presidente da Assembléia era da Austrália, país então muito ligado ao império britânico, não se mostrando favorável à Partilha. Mas para surpresa geral, de repetente, inopinadamente, o candidato australiano se afasta, surgindo o outro candidato à presidência, o representante brasileiro na ONU, Oswaldo Aranha. Seria sob sua égide que seria aprovada, ou não, a Partilha.
Outro fato surpreendeu a todos. A União Soviética, cujo chefe de governo Stalin, era um materialista fero inimigo dos judeus, para outra surpresa geral passou a defender com ardor a Partilha. Por outro lado, o presidente Truman dos Estados Unidos fortemente pressionado pelo poderoso lobby das empresas petroleiras americanas que explorava o petróleo nos países árabes, principalmente Arábia Saudita, mostrava-se indeciso em apoiar a proposta da UNSCOP. Mas, num momento, após uma entrevista com seu antigo amigo e sócio judeu, Truman se manifesta franca e abertamente a favor da Partilha. O que teria acontecido? O israelita explicou: ora..., apenas mostrei-lhe algumas passagens da Bíblia....Abriu-se para os judeus a porta de uma tênue esperança para que ocorresse o impossível a votação favorável dos blocos Truman passa também a apóiá-la, arrostando forte oposição de Departamento de Estado, onde a influência das petroleiras islamitas era decisiva. Por se tratar de território tutelado pela ONU, a proposta da UNSCOP sobe à apreciação da Assembléia Geral (AG), presidida pelo estadista brasileiro, Oswaldo Aranha, na reunião do dia 26.11.1947. O presidente da AG foi inspirado a observar a presença dos delegados, chegando à preocupante conclusão que, se posta em votação, não alcançaria o elevado quorum de 2/3 para aprová-la, voltando a Palestina à condição de terra tutelada pela ONU pelo mandato britânico, ficando o retorno dos judeus à Terra Santa, a profecia de Amós adiado por tempo indeterminado. O que a presidência poderia fazer para impedir deste desfecho dentro da legalidade, sem afrontar as normas da Assembléia? A situação na Assembléia Geral se configurava desastrosa para a recriação de Israel, adiando o cumprimento da profecia de Amos. Os judeus já imaginavam um “black Wendesday” para a criação do Estado judeu na Terra Santa. Mais uma vez inspirado pela Divina Providencia, Oswaldo Aranha teve a idéia de chamar a liderança judaica que estava sumamente preocupada com que poderia ocorrer, pensando que só uma maravilha poderia mudar os rumos da reunião. O estadista brasileiro solicitou-lhes que diligenciar entre os paises membros da ONU para aumentar o número de oradores inscritos, pois, o presidente só estaria obrigado a abrir a votação após o esgotamento da lista de inscritos para discursar. Com isso, poderia haveria um alivio para que os representantes judeus pudessem trabalhar com mais tempo para persuadir que mais delegados da ONU a comparecessem à AG para aprovarem a Partilha da Palestina. A idéia inspirada em OSWALDO ARANHA, simples mas sumamente eficaz, como ocorre no cumprimento da vontade de Deus. A lista de oradores aumentou, possibilitando legalmente o presidente da Assembléia esgotar o tempo, adiando para o dia 29 de novembro de 1947 a votação da proposta da UNDCOP, a cassação do mandato britânico, oferecendo a oportunidade aos habitantes judeus e árabes da Palestina Britânica a exercitarem o direito de autodeterminação dos povos, criando o seus respectivos Estados nacionais livres e independentes. Exatamente no dia 29 de novembro de 1947, a Assembléia da ONU, sob a presidência do estadista brasileiro Oswaldo Aranha colocou em votação a proposta da Partilha da Palestina Britânica. Por incrível que pareça, a proposta defendida pelos judeus vingou, superando um obstáculo que parecia impossível de ser vencido, a conquista dos 2/3 de votos dos países membros. Assim, Oswaldo Aranha pôde declarar ao final da votação: a favor 33 países, contra 13 países. Sob intenso júbilo da platéia, declarou aprovada a Partilha da Palestina, transformando-a na Resolução 181, de cumprimento obrigatório para todos os membros da ONU, dando o primeiro passo para o cumprimento da profecia de Amós em nossos tempos, e pela mão de um estadista brasileiro, Oswaldo Aranha. O nosso país, o Brasil participou dessa obra de Deus.Infelizmente, inconformados com o resultado da Assembléia Geral, todos os países islâmicos votaram em bloco contra a recriação de Israel, já configurando um repúdio à realização profecia, prometendo impedir militarmente a implementação da Res. 181, já prognosticando uma feroz campanha contra a existência do Estado judeu na Terra Santa. E de fato, quando em 14 de maio de 1948, quando foi declarada Independência de Israel, a Palestina Britânica foi invadida por cinco poderosos exércitos árabes, correspondendo a mais de 40 milhões de islamitas, com o ostensivo propósito de jogar os 650 mil judeus, habitantes da Palestina ao mar, num massacre mongol, a eliminar a existência do Estado judeu na Palestina, impedindo o cumprimento da Profecia de Amós.Todavia, graças a outras maravilhas, Israel resistiu ao poderoso ataque e venceu os inimigos, repetindo em nossos tempos a façanha de David contra Golias, garantindo a sobrevivência da profecia de Amós. Mas esta é outra história da mão de Deus em defesa do Estado judeu, Israel.
Dr. Marx Golgher.
Diretor de relações públicas da Federação Israelita Mineira.

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